Os livros com as primeiras histórias infantis surgiram por meados dos séculos 17 e 18. Antes disso não se escrevia para crianças. Os adultos diziam que não existia infância. Após estes séculos, as leituras foram divididas entre faixas etárias e os livros próprios para crianças começaram a surgir. Até então, a única história que elas ouviam era aquela que suas mães, avós e irmãos mais velhos lhe contavam.
O primeiro contato da criança com as histórias é oralmente, quando elas ouvem contos de fada ou, até mesmo, histórias inventadas, nas quais os personagens são os membros da sua própria família.
A autora Fanny Abramovich (1997 p.17) afirma, em seu livro Literatura Infantil, gostosuras e bobices:
“ler histórias para crianças sempre, sempre...é poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens...é ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes, como tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança [...]”
Se nós, adultos, muitas vezes, assistimos a um filme, teatro ou uma novela, nos emocionamos e nos identificamos com as histórias fictícias, o que será que acontece com uma criança que ainda está em pleno desenvolvimento social, cognitivo, emocional e psicológico? Ao ouvir histórias, podemos descobrir novos lugares, novos climas, pessoas de nacionalidades diferentes da nossa e identificar que não somos todos iguais. A história nos leva para qualquer lugar do mundo. Crianças têm uma imaginação muito mais fértil e apurada, do que a nossa.
Ouvir histórias desenvolve a criatividade, senso crítico, imaginação e ajuda a criança a lidar com os seus sentimentos. Desenvolve o gosto pela leitura, melhora a escrita e também aumenta o vocabulário. Por isso é muito importante ter cuidado na escolha das leituras dos pequenos. Eles são os futuros professores, escritores, arquitetos e engenheiros deste mundo. Enfim, irão contribuir muito para o andamento e evolução do lugar onde vivemos. Precisamos dar essa oportunidade a cada um deles.
Ler histórias para crianças é encontrar respostas para algumas perguntas, e sanar dúvidas de muitos medos e sentimentos estranhos que nos cercam. Nesse momento, vemos que a criança nos ajuda a suscitar o imaginário, a ter nossa curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, a encontrar ideias para solucionar questões.
No momento da história, a criança se transfere para o papel do personagem, uma hora ela é a mamãe, daqui a pouco já quer ser a filhinha, assim vai mudando de acordo com o momento e os acontecimentos que ela está vivendo. Essa transformação é incrível. Todos querem ser o personagem mais legal, o bonzinho, querem salvar o mundo, vencer os inimigos, e viver aquela famosa frase: E foram felizes para sempre. Cada criança tem o seu gosto pelo mundo, com aquele jeitinho todo especial de ser.
Ouvir história é uma herança. Segundo Diana e Mário Corso (2006. p. 23),
“Entre as heranças simbólicas que passam de pais para filhos, certamente, é de inestimável valor a importância dada à ficção no contexto de uma família. Afinal, uma vida se faz de histórias – a que vivemos, as que contamos e as que nos contam.”
Jesus ensinava através de histórias. Ganhou muitas almas para o Reino de Deus por meio delas. O maior e melhor livro de histórias temos em mãos: a bíblia Sagrada. Nela encontramos os mais ricos ensinamentos de Jesus. Aprendemos como devemos viver e agir diante das situações da vida.
É desde a infância que devemos andar nos caminhos de Deus. Lendo a palavra, nos alimentando dela. Usando todas as ferramentas espirituais que Deus nos deixou como herança.
Sendo assim, ouvir histórias é formar uma bagagem de leituras para toda a vida. Cada história que ouvimos, que contamos ou que vivemos vai ficar guardada e gravada dentro de nós e de cada criança que tiver essa oportunidade de ser leitora e ouvinte.
Professora Gabriela Moura
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